quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Memórias de Teerã (Irã)

Há mais de 1 ano morando em Istambul -Turquia, ainda me fazem a pergunta: como você veio parar aqui? E aí tento dar uma encurtada e faço um pequeno resumo: "Estava morando no Canadá, aí fui fazer um curso de Direitos Humanos na França, conheci uma amiga iraniana que me convidou para visitá-la. Voltei ao Canadá, passei 2 meses no Haiti (liderando uma equipe de 9 alunos) e quando meu tempo no Canadá acabou voltei ao Brasil e decidi visitar essa amiga.

O Irã não é um desses paises que vem à mente quando a gente pensa em viagem. Eu nunca ouvi ninguém dizer "nas próximas férias, eu vou para o Irã". Na verdade, quando eu disse isso para meus amigos, de cara eles me perguntaram se eu estava louca!!!

Brasileiros precisam de visto, mas não é algo difícil de tirar. Você preenche um formulário, paga uma quantia, entrega seu passaporte e aí é só esperar. Feito tudo isso, recebi em casa meu passaporte com um visto para 15 dias.

Para falar a verdade, foi a primeira viagem que fiz com medo, não é um país fácil para viajar, principlamente sendo mulher e solteira. Também não é impossível, mas é importante tomar precauções, e prestar atenção à vestuária e comportamento. Importante também levar todo o dinheiro, não é possível sacar dinheiro, usar cartão de crédito ou fazer qualquer movimentação bancária por internet.

Fui para ficar na casa da minha amiga, mas depois de 4 dias, fui informada que deveria ir á um hotel porque seu pai estava chegando e não iria se sentir confortável com uma mulher na casa dele. Na hora fiquei um pouco chocada. Começou então a peregrinação para conseguir um hotel barato, com um banheiro "ocidental" e que aceitasse um mulher solteira.

E o hotel foi a melhor coisa. Pude sair e explorar a cidade, fazer novos amigos, me aventuar e desbravar a cidade. No final das contas valeu muito ter feito essa viagem. Os iranianos são bem hospitaleiros e educados.

A vestuária é algo que é preciso ter atenção. Mulheres devem cobrir a cabeço e é proibido usar vestuária que mostre a forma do corpo.


                            Achei a comido um tanto sem graça, em grande quantidade e sem sabor.

           mas o maior desafio mesmo foi esse: o toalete. Das poucas vezes que usei, molhei os pés de xixi.
                                                     É preciso se concentrar e ter equilíbrio.

                              Há muito lugar para se visitar em Teerã, os palácios são uma delas.
                                  Não estranhe contudo ao saber que turistas pagam mais caro.

                                              Há também lindas mesquitas que valem a pena visitar.

                   Definitivamente um dia irei voltar ao país das cores, bazares e de gente hospitaleira.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Que mundo é esse?

Acidentes aéreos, guerras, massacres, não há outro assunto nos noticiários. A ordem mundial está uma desordem, lideranças estão perdidas sem saber qual caminho tomar, este é o cenário. 
Uma coisa que aprendi na pós de Relações Internacionais é que a história é cíclica e nisso podemos tentar entender algo tão incompreensível: como os países cometem os mesmos erros, como não aprendem com seu passado manchado de sangue? Como os EUA, ONU e comunidade Internacional não aprenderam com o silêncio e inércia de ações em relação à Ruanda, Timor Leste e outros massacres? Criou-se uma doutrina, doutrina da intervenção humanitária para prevenir casos de limpeza étnica e o massacre de pessoas inocentes (Doutrina Clinton). Ora, não é isso o que temos visto em relação à Gaza? 

Até a atual data, depois de 21 dias de ataque, o resultado de mortes do palestino ultrapassa 1000, esse número é representado pela maioria de civis, dentre muitas mulheres e crianças. Inaceitável. Não basta viver em uma prisão a céu aberto, ser oprimido e humilhado diariamente, há ainda muito a sofrer.

O que me conforta é ver a multidão ao redor do mundo protestando, inclusive os próprios judeus, reivindicando ações das lideranças, a sociedade civil se unindo para tentar mostrar o caminho aos nossos "perdidos ou inertes" chefes de Estado: o caminho da paz. 

A intenção em escrever não é o de tomar partido ou apontar as inúmeras violações por parte do governo de Israel, já basta o que é dito todos os dias pelos telejornais e mídias sociais, a intenção é tão somente colocar para fora, timidamente, o que tá queimando aqui por dentro. 


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A tristeza que vem da Síria

Esses dias tenho andando apreensiva e lendo tudo o que encontro pela frente sobre o conflito na Síria. Sempre fui alguém antenada com questões envolvendo Direitos Humanos, situação das mulheres ao redor do mundo e Relações Internacionais em geral, mas nunca nenhum assunto me trouxe tanta apreensão como agora na questão Síria e há uma razão: a geografia!!! Há 2 meses morando na Turquia, Istambul, e agora trabalhando com refugiados não há como não se interessar por algo quando se está envolvida.

Na ONG onde trabalho grande parte dos refugiados é oriunda da Síria, seguida por Irã, Afeganistão e outros países da África.

O que está acontecendo aqui ao lado (Síria) me entristece ao mesmo tempo que me intriga. Certas coisas simplesmente não fazem sentido e às vezes a cabeça dói tentando entender o que está realmente acontecendo, sem ser induzida a pensar da forma que querem que pensemos, mas tentando ver por todos os ângulos.

Nesse exato momento esperamos uma resposta da Comunidade internacional ao uso de armas químicas. Aí começam as dúvidas: faz sentido um governo usar arma química contra civis inocentes, sabendo que violando o Tratado Geneva de 1925 legitimaria uma intervenção militar Internacional?  (tudo bem que já vimos esse filme!!) É suicídio total!!! Não é mais fácil de acreditar ter sido usado por grupo contrário ao Governo, justamente como forma de pôr fim ao conflito que dura mais de 2 anos??? Ou até mesmo, e aí seguindo a linha "Teoria da Conspiração", ter sido utilizado por algum outro país para mostrar à comunidade internacional a necessidade de acabar com a palhaçada???

Não tenho a resposta, pq teria? eu, uma vil mulher comum?? Contudo só não faz sentido e talvez só saberemos o que de fato foi real anos mais tarde (alô, Iraque!!!).

Nada faz sentido.

E quando tudo isso acabar haverá uma grande bagunça para arrumar. Um país para se reconstruir. O triste é que não é tão fácil reconstruir vidas como prédios. Juntar cacos de explosões é mais leve que corações quebrados pelas perdas. Escrever uma nova história não é tão dramático como apagar lembranças vividas no terror da guerra.


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

REDES SOCIAIS ALÉM DE BATE-PAPO.

Hoje eu acordei de madrugada com uma mensagem do facebook. Isso porque coloco meu Ipod ao lado da cama e sempre que alguém manda mensagem privada pelo fb o aparelho toca. A mensagem era de um amigo que conheci no ano passado no curso de Direitos Humanos em Strasbourg (www.iidh.org) . Esse amigo é marroquino militante de Direitos Humanos em seu país. Na mensagem, endereçando a outras pessoas também, ele pediu para tirarmos fotos nossas com a seguinte mensagem : I´m _____ from ______ I denounce the royal pardon for the rapist of children in Morocco.

Tempo depois estava eu enviando minha foto com a mensagem solicitada. O assunto dizia respeito ao perdão do rei do Marroco a um pedófilo condenado por ter estuprado 11 crianças. O perdão foi feito por um acordo entre o governo da Espanha (nação do pedófilo) e Marrocos ( http://www.dailymail.co.uk/news/article-2382628/Fury-Morocco-king-pardons-Spanish-paedophile-raped-11-local-children.html#ixzz2ZoJUJ93u ).

Em pouco tempo minha foto estava sendo compartilhada pelos murais alheios, por meio de gente que também queria participar. 

O que acho interessante nisso tudo é o poder da informação nos meus atuais de comunicação. As redes sociais tem sido cenário não apenas de bate-papo mas também ferramenta para denúncia de violação de Direitos Humanos nas 4 cantos da terra, diminuindo assim as distâncias e tornando problemas regionais questões internacionais. A internet e as redes sociais compartilham lutas de povos, sofrimento e nos faz, mesmo que apenas online, sermos um só povo, aquele que quer o respeito aos Direitos Humanos, que deveriam ser universais!



quarta-feira, 5 de junho de 2013

OPERATION BOBBI BEAR

Ontem na madrugada, estava com o controle remoto da televisão passando pelos canais e parei em um documentário na TV Brasil que me chamou a atenção. Era uma série de documentários sobre a África que passa toda terça. Foi o suficiente para chamar minha atenção (amo documentário, amo África). O documentário retratava o dia a dia de uma ONG na África do Sul  chamada Operation Bobbi Bear.

A ONG trabalha para defender crianças vitimas de abuso sexual ( e outras formas de abuso). Fiquei encantada com o trabalho, essa mulheres e homens defendem crianças desprotegidas vitimas de abusos por parte daqueles que deveriam protege-las em um país onde abuso sexual é uma epidemia, de acordo com a ONG nos últimos 9 anos o índice de abuso sexual praticado contra menores aumentou 400% no país. 

Dá uma olhadinha nesse vídeo:


Conheça a ONG:

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Youth With a Mission

Yoth With a Mission ou Jovens com uma Missão - JOCUM é uma organização não governamental cristã. 
Ela foi fundada por Loren Canningham quando ele tinha 20 anos de idade e sonhava com jovens do mundo todo invadindo o globo como ondas e compartilhando o amor de Cristo.
Passados mais de 50 anos hoje a JOCUM se encontra em quase todos os países e sua porta de entrada é a ETED, Escola de Treinamento e Discipulado. É uma escola de 5 meses, sendo 3 meses de fase teórica e interna e mais 2 meses de parte prática com uma viagem missionária. O estudante deve arcar com suas despesas e terminado o período de treinamento ele pode optar por permanecer na organização.

Eu tive a oportunidade de fazer minha ETED em Contagem -MG em 2007 logo após terminar minha graduação em Administração. Minha viagem prática foi para o Haiti e essa experiência me tocou para sempre. Logo após regressar ao Brasil decidi dedicar minha carreira para diminuir o sofrimento do próximo.

Minha segunda experiência na JOCUM foi no Canadá. Em 2012 deixei o emprego para servir como staff na ETED com foco em compaixão em Quebéc, em uma cidadezinha chamada Dunham. Essa base é bilíngue, inglês e francês. Trabalhar como staff na escola me deu a oportunidade de retornar ao Haiti, o país que me tocou e que mudou para sempre minha vida, só que dessa vez liderei uma equipe de 9 estudantes representantes de 5 nações. 

Existem ETEDs com diferentes foco, Compaixão, Arte e Música, Mídia, Surf etc...

Para maiores informações: