quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A tristeza que vem da Síria

Esses dias tenho andando apreensiva e lendo tudo o que encontro pela frente sobre o conflito na Síria. Sempre fui alguém antenada com questões envolvendo Direitos Humanos, situação das mulheres ao redor do mundo e Relações Internacionais em geral, mas nunca nenhum assunto me trouxe tanta apreensão como agora na questão Síria e há uma razão: a geografia!!! Há 2 meses morando na Turquia, Istambul, e agora trabalhando com refugiados não há como não se interessar por algo quando se está envolvida.

Na ONG onde trabalho grande parte dos refugiados é oriunda da Síria, seguida por Irã, Afeganistão e outros países da África.

O que está acontecendo aqui ao lado (Síria) me entristece ao mesmo tempo que me intriga. Certas coisas simplesmente não fazem sentido e às vezes a cabeça dói tentando entender o que está realmente acontecendo, sem ser induzida a pensar da forma que querem que pensemos, mas tentando ver por todos os ângulos.

Nesse exato momento esperamos uma resposta da Comunidade internacional ao uso de armas químicas. Aí começam as dúvidas: faz sentido um governo usar arma química contra civis inocentes, sabendo que violando o Tratado Geneva de 1925 legitimaria uma intervenção militar Internacional?  (tudo bem que já vimos esse filme!!) É suicídio total!!! Não é mais fácil de acreditar ter sido usado por grupo contrário ao Governo, justamente como forma de pôr fim ao conflito que dura mais de 2 anos??? Ou até mesmo, e aí seguindo a linha "Teoria da Conspiração", ter sido utilizado por algum outro país para mostrar à comunidade internacional a necessidade de acabar com a palhaçada???

Não tenho a resposta, pq teria? eu, uma vil mulher comum?? Contudo só não faz sentido e talvez só saberemos o que de fato foi real anos mais tarde (alô, Iraque!!!).

Nada faz sentido.

E quando tudo isso acabar haverá uma grande bagunça para arrumar. Um país para se reconstruir. O triste é que não é tão fácil reconstruir vidas como prédios. Juntar cacos de explosões é mais leve que corações quebrados pelas perdas. Escrever uma nova história não é tão dramático como apagar lembranças vividas no terror da guerra.


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